No dia 12 de Maio de 2013 o pensador pensava assim:
É precisa uma revolução no Benfica. É necessário deitar fora esse grupelho de merceeiros, gajos pequeninos, medíocres, pavões a cantar de galo mas sem esporão. É preciso que alguém lance a rebelião. Revoltemo-nos!, que essa gente já anda a gozar connosco há tempo de mais. Fora com todos os incompetentes que ganham centenas de milhar de euros e, na sua pretensão vaidosa, insultam a massa associativa do clube (que, por acaso, até é a mais numerosa do mundo) e todos os demais simpatizantes.
O Benfica não precisa de gente de pequeno formato intelectual, que não enxerga mais longe que a ponta do seu nariz; precisa de gente que olhe para a grandeza do clube e actue em conformidade, com ambição, com determinação, espírito de luta, para quem só a vitória conta, que faça sua a máxima de Almada Negreiros sobre o querer "sempre mais, muito para além de mais". O Benfica é grande apesar deles, mas esses diletantes acham que o clube é grande devido a eles. Estão convencidos de que melhor do que eles não há — então que alguém lhes demonstre que estão errados. E lhes mostre a porta da rua.
Revoltemo-nos!
Opor-se à corja de diletantes que tomou conta do nosso clube não é beneficiar nenhum adversário; eles é que lhes têm dado terreno a que nos prejudiquem sistematicamente. A arregimentarão do corpo de arbitragem desde tenra idade, a intimidação de jornalistas e a corrupção de estruturas administrativas não é mérito do inimigo, é demérito nosso por não termos sabido opor-nos a isso. O Benfica teve grandes senhores à frente mas nas últimas décadas é um desfilar de gente sem tomates, de carreiristas, de oportunistas. E, pior ainda, de gente que trocou o sócio pelo euro, o adepto pelo lucro, beneficiando directa ou indirectamente do posto que ocupam no maior clube do mundo. Então, para a fogueira!
É preciso fazer a revolução na maior instituição civil não ideológica nacional. Necessário e patriótico! Rebeldes precisam-se, e muitos, para correr de vez com o actual grupelho mavioso, que se ajudam e protegem uns aos outros para se perpetuarem numa direcção temerosa, acobardada, mesquinha, desprezível. Que vão todos, porque de uma maneira ou de outra são todos incompetentes. Já nos basta um governo protossalazarista; que ao menos o Benfica corresponda às esperanças do povo português.
No dia 12 de Julho de 2013 o pensador pensava assado:
Não é necessário fazer nada no Benfica, está tudo bem como está. O sapato está bem lustrado, a camisa engomada e a gravata de seda fina bem apertada, os negócios levam o seu rumo pelo mesmo trilho lamacento e a populaça aplaude, entre dois actos de contrição e uma novena pelos mais desprotegidos, albardados na fé que esconde a impotência, e sorridentes. Está tudo no patamar que lhe cabe e de resto o camião das mudanças não chega lá. Esqueçam a rebelião, pois já que o não fazem no emprego e na vida deixem em paz o relvado. Como tudo, um clube existe até morrer e se ninguém levanta uma mão para repor o agá na honra também podem deixá-la ficar enterrada no bolso onde dorme. Denunciem os rebeldes para que nada desestabilize o nosso grandioso edifício anti-sísmico. E não se esqueçam.